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NOVEMBRO ROXO
Lei estadual alerta para riscos do parto prematuro e conscientiza sobre importância do pré-natal

O nascimento precoce é a principal causa de mortalidade infantil antes dos cinco anos de idade em todo o mundo, segundo a ONG (Organização não Governamental) Prematuridade. Para conscientizar e alertar sobre os riscos do parto prematuro, Roraima dispõe da Lei nº 1.228 de 2018, que institui a data 13 de novembro como o “Dia Estadual da Prematuridade”.

 

De autoria da deputada Angela Águida Portella (PP), a lei determina a realização de atividades e mobilizações direcionadas ao enfrentamento do parto prematuro, com foco na prevenção do nascimento antecipado, assim como na assistência, proteção e promoção dos direitos dos bebês prematuros e suas famílias.

 

“É um problema de saúde pública gravíssimo e nós precisamos trazer à tona esse assunto para conscientizar e para que as pessoas tenham a informação necessária para combater. De que forma? Mostrando para a sociedade que as mulheres precisam fazer o pré-natal no momento adequado e fazer esse planejamento de uma forma bem responsável e coerente porque a maior parte dos partos prematuros advém da questão de saúde da mulher”, destacou a deputada.

 

De acordo com a médica Débora Maia, responsável pela UTI Neonatal da Maternidade Nossa Senhora de Nazareth, inúmeros fatores podem desencadear o parto prematuro, que é aquele que antecede a 37ª semana de gravidez.

 

“Nós temos várias causas, mas o carro-chefe é a infecção urinária materna não tratada corretamente. Mas também temos trauma, hipertensão, diabetes não controlada, doenças vasculares maternas, incompetência do útero em segurar o bebê ali. São causas não tão comuns, mas acontece”, explicou a médica.

 

 

 

Ainda segundo a médica, todas as causas são previsíveis com o pré-natal, que deve acompanhar a gestante durante toda a gravidez. Após o nascimento, o recém-nascido recebe a assistência necessária até que esteja apto para sair da UTI.

 

“Todas são causas previsíveis com o pré-natal bem-feito, em que você faz as triagens no momento correto. Diminui consideravelmente os índices de prematuridade. Toda vez que a gente sabe de um bebê prematuro que vai nascer, nos preocupamos com som, luz, com apoio respiratório, controle de temperatura e alimentação diferenciada porque temos um bebê que não está preparado. Ele não tem pele suficiente para controlar a temperatura, não tem pulmão apto para respirar sozinho, não tem o ouvido preparado.”

 

Caso não sejam oferecidas as condições necessárias, o bebê pode carregar sequelas pelo resto da vida, segundo Débora Maia.

 

“Se a gente não consegue fazer esse processo de adaptação do útero no pós-nascimento, esse bebê vai carregar alguns problemas. Ele pode ter problema de visão, de audição, neurológico e respiratório. Quanto mais prematuro, maior a possibilidade de ter sequelas”, afirmou Débora.

 

As sequelas da prematuridade fazem parte da rotina da pequena Ieda Cechinato, de 5 anos. Apesar da mãe, Juliana Cechinato, ter recebido todo o acompanhamento médico necessário durante a gravidez e não ter problemas de saúde, o nascimento aconteceu na 21ª semana de gestação.

 

 

 

“O período gestacional foi tranquilo, até que comecei a sentir dores muito fortes. Pesquisei sobre isso e vi que eram dores de parto. Dali em diante fiquei internada tentando segurar, mas infelizmente ela veio a nascer antes da hora. Foi bem doloroso, não só para mim, mas para meu esposo”, disse Juliana.

 

Ela conta ainda que, após o nascimento, Ieda precisou passar por uma cirurgia para evitar que ficasse cega, devido ao tempo em que precisou de oxigênio. Depois disso, ainda teve uma parada dos rins e do intestino, até que finalmente recebeu alta da UTI.

 

“Com seis meses de vida, começou a fazer fisioterapia e cada profissional indicava outro que ela tinha necessidade, até que se fechou um laudo, que descreve tudo o que precisa fazer até que atinja um desenvolvimento adequado para a idade. Ela fala, anda, canta, mas ainda tem necessidade de fazer várias terapias.”

 

Conforme a médica Débora Maia, o Estado tem recursos para garantir às mães e recém-nascidos o acompanhamento necessário nas situações de prematuridade.

 

“Nas consultas de pré-natal, elas [gestantes] vão recebendo essas orientações para tentar fazer com que esse pré-natal seja o mais adequado possível. No pós-nascimento, nós temos toda a estrutura da atenção básica com orientação. O Estado oferece o follow up, que é um ambulatório especializado para os bebês prematuros, então eles acompanham o desenvolvimento e tem fisioterapeuta, pediatra, neurologista. A estrutura básica está preparada para receber esses bebês”, concluiu a médica.

 

Campanha

Mundialmente, a semana do dia 17 de novembro é dedicada à conscientização da sociedade sobre o crescente número de partos prematuros, suas causas e consequências. Em Roraima, a campanha ocorre na semana do dia 13.

 

Durante a “Semana da Prematuridade”, fica a cargo de gestores públicos, como o Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como movimentos sociais e instituições privadas, promoverem palestras, atividades educativas, campanhas de mídias e a iluminação dos prédios na cor roxa.

Texto: Juliana Dama

Foto: Jader Souza

SupCom ALE-RR

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